segunda-feira, 29 de agosto de 2011

London, baby!



12 horas de viagem. Avião lotado e apertadérrimo (da próxima vez quero ir de primeira classe!). Curiosidade maior do que a mala que eu havia despachado no aeroporto.
Dormi quase nada, apesar de ter tomado um calmante e um Dramin. A saída era ver um dos filmes oferecidos pela TAM ou ouvir um pouco de música. Escolhi uma música do Maroon 5 e fechei os olhos... Apaguei e acordei umas quatro horas depois, feliz da vida ao ver no mapa exibido no monitor à minha frente que faltavam apenas três horas pra chegar a Londres. Obaaaaaaaaaaa!
O aeroporto de Heathrow, em Londres, é imenso, e as passarelas pra chegar a algum lugar são intermináveis (bom, pelo menos foi o que pensei até ver o metrô). Na imigração, uma moça simpática recebeu a mim e a J., minha companheira de viagem. O interrogatório foi grande: "O que vocês são uma da outra? Há quantos anos se conhecem? Em que trabalham? Quanto dinheiro trouxeram? Posso ver o dinheiro? (sim, até isso pediram) Quanto tempo pretendem ficar? Já têm reservas e passagem de volta? Pretendem trabalhar em Londres?", entre muitas outras perguntas das quais nem me lembro mais. E eu me segurando pra não ter um bloqueio e não conseguir me lembrar das respostas em inglês e também pra não ter um acesso de riso, senão ia parecer estar escondendo alguma coisa.
Liberadas por fim, seguimos rumo ao metrô (Underground ou The Tube). O primeiro desafio era comprar o passe (compramos o cartão recarregável Oyster pra uma semana, porque a nossa ideia era utilizar o sistema de transporte público o máximo possível); o segundo era desvendar o mapa das estações e descobrir pra que lado ir. Pra minha alegria, isso acabou não sendo um problema: consegui entender aquele emaranhado de estações numa boa. Eu, que sou péssima com mapas (é, o mundo ainda tem salvação). Peguei o trem pro lado errado só uma vez, no fim da viagem, mais por cansaço do que por desconhecimento do esquema. Se você ficou curioso pra saber mais sobre o funcionamento do metrô de Londres, leia este blog e este post: http://sundaycooks.com/2011/02/02/sem-misterios-metro-de-londres/. Desse jeito você poderá ir pra Londres mais bem preparado do que eu, que, infelizmente, só descobri como fazer tudo isso na raça e achei o blog depois de voltar pra casa. =(
Passe comprado, plataforma encontrada - tínhamos de ir pra Victoria Station, pois ficaríamos hospedadas no Thistle Westminster, hotel na Buckingham Palace Road (isso mesmo, na rua do palácio da Rainha!!!) -, entramos no trem. Os vagões são mais estreitos que os do metrô de São Paulo, as pessoas só entram no trem depois que todos os que tiverem de descer já desceram mesmo, ninguém se atropela. Incrível também a pontualidade: não é fama não. Se um trem está programado pra passar às 17h13, pode esperar por ele nesse horário.
Embora seja um meio de transporte muito prático para se locomover em Londres, o metrô dá uma certa sensação de angústia. Pra quem é meio claustrofóbico essa angústia aumenta, porque as vias são neverending e as escadas intermináveis. Se virar pro lado errado, já era, por isso, siga as placas sempre. Tudo é muito bem sinalizado, então você corre menos risco de se perder se orientando por elas.
Well, uma hora de metrô depois, chegamos ao hotel sãs e salvas. Ufa!
Contudo, o sábado estava perdido, porque entre a chegada ao aeroporto e a chegada ao hotel se passaram aproximadamente cinco horas!!!!! Só nos restava ir dormir...



quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Arrumando a mala

Meu Deus, como é difícil fazer a mala pra viajar! 
Quero dizer, o ato de fazer a mala em si nem é tão complicado assim, porque sou uma mulher organizada. 
O problema, pra mim, é escolher roupas pra um lugar cujo clima só conheço em teoria. Coloco blusa de frio? De calor? Quantas calças? Casaco pesado? Vestidinho de verão? Oh, dúvida cruel!!
Bom, a mala vai quase vazia que é pra eu poder lotá-la com produtos legitimamente ingleses e das adjacências, isso é fato. Chegando lá a primeira providência vai ser encontrar uma perfumaria pra comprar gêneros de primeira necessidade que toda mulher que se preze deve carregar: cremes, perfumes, esmaltes... 
Peguei a câmera, o carregador da câmera, o cabo pra descarregar as fotos, a caixinha da bateria. 
Peguei também o carregador de celular, a necessaire, sapato de salto pra balada (me disseram que os sapatos de Londres são feios, então melhor não arriscar!), sapato baixo pra combinar com aquele vestidinho, tênis macios pra aguentar o tranco das muitas horas de caminhada. 
Meias, lingerie, camiseta, jeans...
Na bolsa estão o passaporte, o RG e o CPF, alguns comprovantes de que eu vou voltar pro Brasil, a máquina fotográfica, batom cor de boca, dinheiro trocado (o "grosso" da grana vai junto com o Visa Travel, dentro da bolsinha que vou levar presa à cintura), fones de ouvido pra ouvir música no celular, diário de viagem e caneta pra começar a anotar coisas desde a decolagem... 
UFA! Acho que não me esqueci de nada, mas amanhã vou repassar tudo antes de sair de casa.
Agora é contar até três pra tudo começar... \o/

sábado, 6 de agosto de 2011

É real! É real!



Demora a cair a ficha de que você vai viajar pra outro lugar do mundo. Pelo menos pra mim.

Mesmo com tudo pago, hoteis reservados, grana guardada - o que me deu certa tranquilidade pra lidar com a novidade até então -, acho que ainda não estava acreditando que ia embarcar pra Europa no dia 12.

Mas hoje tudo ficou diferente.

Ganhei de presente da J. um diário de viagem pra anotar dados sobre as localidades visitadas, as despesas diárias, enfim, o que me desse na telha. Achei fantástico, porque a minha maior dificuldade na vida é justamente me lembrar de nomes, seja de pessoas, seja de lugares. A memória visual não perderá um só frame de tudo o que passar na minha frente, mas como saber o nome de cada coisa pra depois vir contar neste blog? =)

Com o diário, a J. me trouxe os vouchers da viagem: reservas dos hotéis, passagens aéreas...

Olhar praqueles vouchers me deu um arrepio na espinha e a certeza do sonho se realizando finalmente. Não dá pra descrever a sensação. É como se a fada do turismo tivesse vindo em pessoa e dito: "Minha querida, você vai viver um conto de fadas. E ele se passa na Europa.".

Talvez isso pareça meio piegas pra quem já saiu do Brasil e viajou pelo mundo. Mas, pra mim, a primeira viagem tem um sabor todo especial. Ainda mais porque cada centavo empregado nela saiu do meu suor, do seu bolso, depois de horas insanas de trabalho. Quem me conhece sabe o quanto eu batalhei por isso e que estou feliz demais.

Na semana que vem, eu e J. já estaremos em Londres, prestes a escrever mais um pedaço da nossa história. \o/ 

O guia

Você já abriu um guia de viagem? Não?
Pois eu também não, até essa viagem começar a ser planejada.
Olhar um guia de uma cidade com tantos atrativos como Londres é ter a sensação de que nunca se vai conseguir dar conta de um universo daqueles em poucos dias. No caso do tour (norte da Inglaterra, Escócia e Dublin) fica mais fácil, porque eu e J. sabemos que são localidades menores. Londres não. Londres é um mundão de coisas reunidas num mesmo lugar: tem museu, tem loja, tem parque, tem gente, tem pub, tem livraria, música, feira livre... ahhhhhhhhhhhhh, socorro! Queremos ver tantas coisas... 
Temos uma lista de pontos que não podemos deixar de visitar, pontos sugeridos pelos amigos que moraram ou estiveram lá, coisas que queremos comer ou fazer... 
Comecei a ler o guia depois da J., que nesse ponto é muito mais disciplinada do que eu. Ela lia no trajeto pro trabalho e depois na volta pra casa. Eu li num único dia, revendo os pontos turísticos que ela já havia marcado e caçando outros que pudessem me interessar.
Claro que a parte gastronômica não podia passar batida: amo experimentar pratos diferentes. Se pudesse, certamente viveria disso. Fui às páginas que descreviam o "cardápio" das cidades que vamos visitar e devorei com os olhos cada ingrediente. Consegui até sentir gostos que não conheço, tanta é a vontade de comer aqueles pratos. 
Fui às páginas dos museus, das feiras livres, dos Top Ten de Londres (Big Ben, o Palácio, a Abadia de Westminster...), cacei atrações menos comentadas... quase fiquei LOUCA diante de tantas opções.
E o metrô londrino? Meu Deus do céu, que raios é aquilo? Eu, que sou péssima em me orientar por mapas, vou ter verdadeiros acessos de riso quando a gente se perder por lá... Mas tenho fé: com algum esforço e muita vontade de conhecer os lugares, vamos acabar nos achando!
Bom, eu ainda não sei como vamos administrar tudo isso nos dias reservados para ficar na cidade, no início e no fim da viagem. O que posso prometer é que vamos curtir cada segundinho, desde a decolagem do avião até o dia de voltar à vida "normal". 

sábado, 30 de julho de 2011

E tudo começou com... (II)

Sabe aqueles dias em que você sai correndo de um lado pro outro, todo estabanado, sem saber pra que lado ir? Pois é... foi assim que fiquei depois que eu e J. decidimos viajar de férias pra Europa.
Eu era completamente leiga no que dizia respeito às providências necessárias numa viagem dessa categoria. Passaporte? Ainda não tinha. Disseram que eu precisava agendar a ida à Polícia Federal com urgência, ou correria o risco de perder o prazo pra tirar o meu e não conseguir viajar. 
Bom, sou partidária da ideia de que, se você não sabe algo, tem de meter as caras e aprender. 
Entrei no site da PF, li as recomendações, vi a lista de documentos. Preenchi o cadastro, agendei a visita, peguei o endereço, imprimi a guia de recolhimento pra pagar no banco... #NOT# Não conseguia gerar a guia de jeito nenhum!!!! 
Revi as configurações do computador (quem me conhece sabe que sou péssima nesse lance de tecnologia), tentei do trabalho. Nada. Meu Deus! E agora? Como ia levar a guia paga se não conseguia gerar a maledeta??? O pior é que não existia outra maneira. Sem guia, sem passaporte. 
A luz veio da M., uma colega de trabalho muito bacana. Ela me ensinou a desbloquear uns troços (não sei o que, não me perguntem) que impediam a geração do boleto. Isso feito, reuni, toda feliz, a documentação necessária. Só ia ficar faltando a certidão de casamento com averbação de separação. No dia, ainda pensei: "Preciso me lembrar de passar pelo cartório". E deletei a informação do meu cérebro logo em seguida.


Pausa pra explicar a quem nunca se casou: se o seu nome já foi alterado por questões de matrimônio, você precisa provar à PF que o nome de solteira voltou a valer. Como eles sabem disso? Pela certidão de casamento averbada, em cujo verso há uma declaração dizendo que você se casou, mudou de nome, se separou e voltou a usar o nome de solteira. Puta trampo, mas não tem jeito. Ossos da burocracia...

No dia agendado para a visita à PF, saí mais cedo de casa, peguei um táxi e fui levar a documentação. Chego ao balcão, o funcionário me aponta a fila. Quando ia entregar a senha ao rapaz que encaminha as pessoas à salinha onde fazem a "ficha" para o passaporte, o cara me pergunta: "A senhora já mudou de nome?"; "Já"; "Trouxe a certidão averbada?"; "Errr... não!"; "Então nada feito."; "Mas moço... e agora? Vim do Tucuruvi, é longe... o que faço?". Compadecido da minha situação, ele apontou o funcionário do balcão. "Moço, não dá pra quebrar o galho? Moro longe..."; "Não... mas se a senhora trouxer o documento hoje, seguro seu agendamento".
Saí despirocada do prédio da PF e entrei no táxi: "Paulo, pro cartório do Tucuruvi". Nessa altura do campeonato, a corrida já estava dando uns 100 reais, porque ele estava me esperando. Mas não tive dúvidas: é hoje que faço esse passaporte ou não me chamo AVM!!! 
Trânsito travado na Marginal Tietê, uma vontade doida de me matar por ter me esquecido completamente do documento bem no dia da entrevista, correndo contra o tempo porque ainda precisava ir pro trabalho... ai, ai, ai... =(
Cheguei ao cartório esbaforida e descabelada. Vazio. Não, vazio não. Tinha umas três pessoas na minha frente. Bom, pra um cartório de SP às 11h estava ótimo! Peguei a senha e sentei numa das cadeiras. Do meu lado direito, um homem insistia em ficar me olhando fixamente. Comecei a amaldiçoar mentalmente o funcionário lerdo, que ficava olhando pra tela do computador e não chamava o nome de ninguém.
Finalmente, uma voz vinda do balcão chamou o meu nome. Dei os meus dados e os do meu ex-marido e ele se pôs a procurar num caderno que mais parecia o livro de presenças da Santa Ceia os dados do casório. Ainda bem que tudo está informatizado: a certidão com a averbação saiu em 5 minutos. Aí era só esperar o funcionário carimbar e assinar. 
Mais 20 minutos só nisso. "Dona Andréa...". Peguei o papel da mão do moço e saí feito louca. De volta ao táxi, implorei: "P., corre!". E lá fomos nós, Marginal do Tietê de uma ponta a outra. Prédio da PF. Fila. Entrevista. Scan dos dedos. Comprovante pra retirada dali a 10 dias. Saí do prédio feliz e saltitante por ter dado tudo certo. Entrei no táxi, cuja corrida já virava os 200. E eu ainda precisava ir até a Bela Vista, onde trabalho... $$$$$
A viagem já começou custando caro...

quinta-feira, 28 de julho de 2011

E tudo começou com... (I)




... um comentário e uma pergunta: "Vou tirar férias em agosto e pensei em viajar pra Europa. Vamos?". Bateu uma mistura de entusiasmo com pânico. Engoli a seco e respondi, de pronto: "Vambora!". 
Sempre quis conhecer o mundo! Planejei anos e anos e anos, mas nada dava certo. Era a grana que não sobrava. Era uma emergência que aparecia e me fazia mudar de planos. Era a carreira que ocupava quase todo o meu tempo. Era a recusa em abandonar, por alguns dias que fosse, a minha filha pra sair em busca de novidade em outros cantos do planeta.

A pergunta, naquele momento puro devaneio - nenhuma das duas tinha dinheiro nem pra comprar a passagem - me deu uma comichão que deve ser, imagino eu, o que move os turistas de plantão. Tudo ganhou outra dimensão: a vontade de trabalhar pra pagar as despesas da ida a outro continente aumentou, assim como cresceu a curiosidade pelas culturas que planejávamos, timidamente mas com a maior coragem, alcançar.
J., minha amiga há uns 15 anos, embora bem mais nova do que eu, já tinha alguma experiência com essa coisa de viajar: conhecia a Austrália, Buenos Aires. Europa ainda não; era a primeira vez. Eu não sabia nem como se tirava um passaporte, que moeda precisava levar, que tipo de hotel escolher... Nadica de nada! Pânico absoluto: "E se..."; "Ai, mas..."; "Como se faz pra...". Tantas perguntas, um medo danado de fazer alguma coisa errada e a viagem não rolar!! Não fosse J., eu provavelmente ia passar por muitos apuros até chegar aos finalmentes.E o destino? Folheando um guia de uma agência de viagens, a CVC, J. me mostrou pela primeira vez o que se tornaria meu objeto de consumo nos meses seguintes: Londres, norte da Inglaterra, Escócia, Dublin. Era bom demais pra ser verdade! Ao mesmo tempo, tudo estava tão distante - era março, e a viagem só poderia rolar em agosto, porque ambas estávamos ocupadíssimas com os respectivos trabalhos. Uma terceira amiga, que infelizmente teve de desistir da viagem por motivos que depois vou registrar aqui, também só ia conseguir tirar férias em agosto. Batemos o martelo, então: agosto seria o mês da realização de sonhos loucos. 
Que viesse a Europa!